Nos últimos dias, o Instagram começou a implementar uma série de restrições para contas de adolescentes na América Latina, incluindo no Brasil. A mudança faz parte de uma promessa feita pela Meta, dona da rede social, no final do ano passado e tem como objetivo aumentar a segurança dos jovens na plataforma.
A decisão foi tomada após a empresa enfrentar diversos processos judiciais, sendo acusada de negligência quanto ao impacto negativo que a rede social pode ter na saúde mental de adolescentes, especialmente meninas.
Especialistas apontam que o uso excessivo do Instagram pode contribuir para questões como ansiedade, depressão e distorção da autoimagem.
Agora, com as novas medidas, a Meta busca reverter essa situação e oferecer um ambiente mais seguro para os jovens usuários.
Restrições serão ativadas automaticamente
Diferente das configurações anteriores, onde os usuários precisavam optar por ativar restrições, agora todas as limitações serão ativadas automaticamente para menores de 18 anos. Além disso, a única forma de removê-las será por meio da autorização dos pais ou responsáveis. Essa mudança já havia sido implementada nos Estados Unidos e agora chega à América Latina.
Apesar da Meta não divulgar números exatos sobre a quantidade de menores de idade na plataforma, dados anteriores mostram que o Brasil é um dos países mais ativos no Instagram. Pesquisas apontam que 38% dos adolescentes de 13 a 14 anos no país afirmam que o Instagram é sua rede social mais utilizada. Esse percentual sobe para 62% entre jovens de 15 a 17 anos. Juntos, esses grupos representam mais de 7,7 milhões de usuários na plataforma.
Pais terão maior controle sobre contas de adolescentes
Outra grande mudança é a ampliação do controle parental sobre as contas de menores de idade. A partir de agora, todas as novas contas e as já existentes serão definidas automaticamente como privadas. Isso significa que os adolescentes só poderão receber mensagens, marcações e menções de pessoas que já fazem parte de sua rede de seguidores e conexões.
Além disso, o Instagram passará a restringir o envio de notificações para contas de adolescentes entre 22h e 7h. A intenção é reduzir a exposição prolongada à rede social durante o período noturno, contribuindo para um uso mais saudável da plataforma.
Outra medida importante é o ajuste no filtro de conteúdos sensíveis. Postagens com nudez, violência e promoção de procedimentos estéticos serão limitadas nos feeds de Explorar e Reels para menores de idade. Essa mudança visa evitar a exposição de adolescentes a conteúdos que podem influenciar negativamente sua percepção de corpo e bem-estar.
Os pais também terão novas ferramentas para monitorar e controlar o uso da rede social pelos filhos. Com as atualizações, será possível:
- Aumentar o tempo de restrição das notificações;
- Acompanhar com quem os filhos estão conversando na plataforma;
- Definir um tempo máximo de uso diário do Instagram.
Essas mudanças reforçam o compromisso da Meta em tornar o Instagram um espaço mais seguro para os adolescentes e dar mais poder aos pais para protegerem seus filhos de conteúdos potencialmente prejudiciais.
Um passo importante para a segurança digital
As novas restrições do Instagram são um avanço significativo na regulamentação do uso de redes sociais por adolescentes. Ainda assim, especialistas apontam que apenas medidas automatizadas não são suficientes. É fundamental que haja um diálogo aberto entre pais e filhos sobre o uso saudável das redes sociais, bem como uma supervisão ativa da atividade digital dos jovens.
A decisão da Meta segue uma tendência global de maior preocupação com o impacto das redes sociais na saúde mental. Outros aplicativos, como TikTok e YouTube, também têm adotado medidas para restringir o acesso a determinados conteúdos e oferecer maior controle parental.
Embora as novas regras do Instagram representem um avanço, a responsabilidade pela segurança dos adolescentes na internet continua sendo compartilhada entre plataformas, pais e os próprios jovens. O uso consciente e equilibrado das redes sociais, aliado a recursos de supervisão eficazes, pode contribuir para um ambiente digital mais saudável e positivo para todos.